Brasília – ?Os países africanos ainda estão em situação de muito atraso em relação ao Brasil para a implantação de programas visando a universalização do fornecimento de eletricidade às comunidades mais pobres, como acontece aqui com o programa Luz para Todos, segundo constatou o assessor especial do Ministério de Minas e Energia, Aurélio Pavão de Farias. Ele participou de discussões, no Quênia, sobre o assunto, durante o 7o Fórum Social Mundial.
Aurélio avalia que o modelo de privatização implantado no continente africano, ao lado da questão da regulamentação e da falta de recursos, são os maiores impasses para que a população africana mais pobre tenha acesso à energia elétrica. Apenas 40% dos africanos contam hoje com esse serviço em casa.
Segundo Aurélio, ?a situação é agravada pela falta de interesse das empresas privadas em universalizar o serviço, em vista da situação econômica crítica vivida pela população e da falta de recursos públicos para essa expansão?.
No Brasil, segundo o assessor, a universalização do fornecimento de energia elétrica foi alcançada mais cedo porque o governo investiu nessa área, se antecipando ao cumprimento da meta exigida das distribuidoras, prevista para 2015.
?A solução para a África é haver investimento público e privado, com a contribuição também de outras nações?, disse.
Os africanos estão interessados nas fontes alternativas de energia. O assessor do Ministério de Minas e Energia mostrou no Quênia a experiência brasileira com o biodiesel e o biocombustível e na substituição de combustíveis não renováveis por fontes renováveis e não poluidoras despertando muito interesse dos africanos.