Carlos Alberto Parreira não será demitido se o Brasil sair nesta quarta-feira da Copa das Confederações, eliminado pelo Japão de Zico. Nem o grupo de jogadores será destroçado com a eventual desclassificação prematura. A CBF sustenta a permanência do treinador pelo menos até o fnal do Mundial de 2006. Seguro no cargo e consciente de que usa o torneio para observações, ele anunciou mudanças no time titular sem revelar os nomes. Mistério total na decisão contra os japoneses, às 15h45 (horário de Brasília), em Colônia, na Alemanha.

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A situação da seleção não é tão complicada. Para chegar às semifinais tem, no mínimo, de empatar com o Japão. Se vencer por uma boa margem de gols pode até garantir o primeiro lugar do grupo B, desde que o México sofra uma derrota para a Grécia.

Não é difícil. Mas uma derrota significaria problemas. Parreira perderia um valioso campo de observações e sofreria a tormenta que costuma sacudir a seleção nos resultados adversos.

"Você acha que a opinião pública no Brasil está preocupada como uma derrota da seleção na Copas das Confederações?" perguntou Parreira para responder a uma pergunta depois do treino de terça-feira. "Não existe essa preocupação. Não estou preocupado. Viemos aqui para avaliações, observações."

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Parreira usou como argumento as derrotas que o Brasil já teve na Copa das Confederações. "Perdemos em 1999 (México), 2001 (Coréia e Japão) e 2003 (França). Nunca foi um desastre", insistiu o treinador. Pode não ter sido um desastre, mas em 2001 o técnico Emerson Leão foi demitido do cargo quando a seleção saiu da Copa das Confederações disputada na Ásia.

O então técnico Zagallo também sofreu na pele depois da vexatória campanha do Brasil na inexpressiva Copa Ouro, em 1998, nos Estados Unidos. Na ocasião, quando Zagallo retornou ao Rio, a CBF fez uma intervenção na comissão técnica nomeando Zico de supervisor e Paulo Paixão na preparação física. O treinador aceitou para não perder a chance de ir ao Mundial da França em 98.

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Agora, não se cogita uma intervenção. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, está na Alemanha desde o início da Copa das Confederações. Acompanhou os dois jogos do Brasil e ainda não fez críticas severas ao time. Nesta quarta-feira, antes do jogo com o Japão, Ricardo Teixeira irá visitar a concentração para almoçar com os jogadores e a comissão técnica.

Seguro no cargo, Parreira muda a seleção para enfrentar o Japão. O goleiro Marcos e o lateral-esquerdo Léo estão confirmados nas vagas de Dida e Gilberto. E o resto do time está cercado de suspense. "É claro que tenho o time definido na cabeça. Só anuncio momentos antes do jogo", disse o treinador.

"Não sabemos de nada. O Parreira só comentou que iria fazer muitas mudanças", contou Juninho Pernambucano, nome forte para iniciar a partida na vaga de Kaká. "No Milan estou acostumado a esse tipo de situação. Há o revezamento, isso motiva todos os jogadores", revelou Kaká, sem contestar a sua iminente saída do time.

Renato e Gilberto Silva têm boas chances de jogar nos lugares de Zé Roberto e Emerson. E o ataque deve ter Adriano e Robinho. Mudanças a granel de um técnico que, parece, navega como um transatlântico em águas calmas no comando da seleção brasileira. Parreira não acredita que o Japão venha a ser um tsunami.

Brasil: Marcos; Cicinho, Lúcio, Roque Júnior (Juan) e Léo; Gilberto Silva, Zé Roberto (Renato), Juninho Pernambucano e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Adriano. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Japão: Kawaguchi; Tanaka, Miyamoto e Kaji; Nakata Koji, Endo, Nakata, Alessandro Santos e Fukunishi; Tamada e Yanagisawa. Técnico: Zico

Árbitro: Mourad Daami (TUN).

Local: Colônia.