Brasília ? Em 2004, o Brasil foi reconhecido pela organização não-governamental Reabilitação Internacional para a América Latina como o quinto país mais inclusivo das Américas. Segundo a assessora da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), Carolina Sanches, um dos motivos para esse reconhecimento é o fato de o país ter uma legislação inclusiva.
Em relação à criação do Estatuto do Portador de Deficiência, Carolina afirma que o documento pode consolidar algumas questões, mas é importante avançar em alguns pontos. "A gente espera que o estatuto consiga avançar em algumas questões que hoje nós já achamos necessário aprofundar. Se não houver avanços, não há sentido de se fazer um estatuto", opina. Para a assessora da Corde, o tempo de tramitação dos estatutos no Congresso, que costuma ser de sete anos, é importante para amadurecer e aprofundar as idéias contidas no documento.
"A gente continua insistindo com os parlamentares que há necessidade de uma grande discussão em todas as unidades da federação até que se encontre um texto que vai avançar na questão do direito da pessoa com deficiência e aí sim nós vamos poder decidir a necessidade e a propriedade de termos esse estatuto", diz Carolina. "Pretendemos avançar também na implementação. Legislação nós já temos o suficiente, mas ainda não estamos implementando tudo", complementa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 24,5 milhões de cidadãos com algum tipo de deficiência, o equivalente a 14% da população.