Brasília – O Brasil está "de sobreaviso" no aguardo das consultas que estão sendo feitas pelo secretário-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, para decidir as novas posições a serem defendidas na Rodada de Doha. A afirmação é do secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini. Ele informa que não houve deliberação sobre o assunto, que estava na pauta da reunião de hoje (4) do órgão.
Depois da paralisação dos debates sobre liberalização do comércio mundial, por falta de consenso, resta ao Brasil aguardar até o final de julho, quando as consultas de Lamy se encerrarão, para decidir sobre os próximos passos. O assunto entrará na pauta do encontro do G-8 ? os países mais ricos do mundo e a Rússia ?, de 15 a 17 de julho.
"Nós podemos sempre acenar com a vontade de participar da rodada, mas esperamos que o Pascal Lamy faça as consultas. Só aí o Brasil poderá ver o que está sendo conseguido a mais ou não junto aos Estados Unidos para formular suas opiniões", comentou o secretário.
As discussões sobre a liberalização do comércio mundial travaram durante a reunião ministerial da OMC, em Genebra, no último fim de semana. Os Estados Unidos se recusam a reduzir os subsídios oferecidos aos produtores agrícolas, de US$ 20 bilhões anuais. Para ceder, estão barganhando um corte ainda maior nas tarifas de exportação por parte da União Européia. Os europeus aceitaram cortar em 51% as tarifas. Mas não detalharam os produtos que entrariam numa lista de exceções.
Outro assunto em pauta na reunião da Camex foi a adesão da Venezuela ao Mercosul, oficializada hoje (4), em Caracas. Os membros discutiram as regras que o novo membro do bloco terá de cumprir.
A Camex é integrada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (que a preside); das Relações Exteriores; Fazenda; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Planejamento, Orçamento e Gestão; além da ministra-chefe da Casa Civil.