Brasil encerra Jogos Paraolímpicos com mais um ouro

No último dia de disputa da Paraolimpíada, o Brasil conquistou mais uma medalha de ouro em Atenas. Foi com a seleção de Futebol de 5, para cegos, que ganhou nesta terça-feira a final com a Argentina nos pênaltis, por 3 a 2, depois do empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

Foi a melhor participação brasileira na história dos Jogos Paraolímpicos. Ao todo, foram 33 medalhas conquistadas, sendo 14 de ouro, 12 de prata e 7 de bronze. Com isso, conseguiu o 14º lugar na classificação geral – a liderança ficou com a China, com 141 medalhas ganhas.

Com a maior delegação da sua história – foram 98 atletas em 13 modalidades -, o Brasil também obteve seu melhor resultado. Em qualidade, superou as 6 de ouro conquistadas em Sydney/2000. E em quantidade, bateu também as 27 medalhas dos Jogos de 1984, disputados nos Estados Unidos, nas cidades de Stoke Mandeville e Nova York, e de 1988, em Seul.

Destaque – O sucesso brasileiro em Atenas pode ser representado por um atleta: Clodoaldo Francisco da Silva. Com paralisia cerebral, que limitou o movimento de suas pernas, o nadador conquistou 6 medalhas de ouro e 1 de prata nesta edição dos Jogos Paraolímpicos.

Sua performance já valeu comparações com Michael Phelps, o nadador norte-americano que brilhou nas piscinas de Atenas em agosto, durante os Jogos Olímpicos. Afinal, ele também conseguiu 6 medalhas de ouro, mais 2 de bronze.

Apesar da comparação, a coleção de medalhas de Clodoaldo é um pouco maior, já que ele também subiu ao pódio nos Jogos de Sydney, em 2000, quando estreou nas paraolimpíadas – foram 3 de prata e 1 de bronze na ocasião.

Mas, em número de medalhas conquistadas, a recordista brasileira é Ádria dos Santos. Em sua 5ª Paraolimpíada, a velocista cega já subiu 12 vezes ao pódio. Com 1 de ouro e 2 de prata em Atenas, totaliza 4 de ouro e 8 de prata na carreira.

Inclusão social – A esperança desses atletas paraolímpicos que defenderam o Brasil em Atenas é que esses incríveis resultados possam representar algo muito maior. A diminuição do preconceito da sociedade com os deficientes e o aumento da auto-estima dos próprios deficientes.

Pela primeira vez, os Jogos Paraolímpicos foram transmitidos ao vivo, na íntegra, por um canal de televisão do Brasil (SporTV). Além disso, os principais veículos de imprensa do País mandaram equipes de reportagem para Atenas. E, com a visibilidade necessária, os atletas brasileiros mostraram sua capacidade.

Veja todas as medalhas conquistadas pelo Brasil em Atenas:

OURO

Clodoaldo Silva – natação (100m livre, 200m livre, 50m borboleta 150m medley e 50m livre)

Antônio Tenório – judô (categoria até 100kg)

Antônio Delfino – atletismo (200 metros rasos e 400 metros rasos)

André Garcia – atletismo (200 metros rasos)

Ádria Santos – atletismo (100 metros rasos)

Suely Guimarães – atletismo (lançamento de disco)

Fabiana Sugimori – natação (50 metros livre)

Clodoaldo Silva, Adriano Lima, Francisco Avelino e Luis Silva – natação (revezamento 4×50 metros medley)

Futebol de 5 – cegos

PRATA

Karla Cardoso – judô (categoria até 48kg)

Eduardo Barreto – judô (categoria até 73kg)

Edênia Garcia – natação (50 metros costas)

Odair dos Santos – atletismo (1.500 metros e 5.000 metros)

Ádria dos Santos – atletismo (200 metros rasos e 400 metros rasos)

Ivanildo Vasconcelos – natação (100 metros peito)

Clodoaldo Silva, Joon Sok Seo, Luis Silva e Adriano Lima – natação (revezamento 4×50 metros livre)

Futebol de 7 – paralisados cerebrais

André Garcia – atletismo (100 metros rasos)

Gilson dos Anjos – atletismo (800 metros)

BRONZE

Daniele Silva – judô (categoria até 57kg)

Zezé Alves – atletismo (100 metros rasos e 200 metros rasos)

Francisco Avelino – natação (100 metros peito)

Terezinha Guilhermina – natação (400 metros rasos)

Odair dos Santos – atletismo (800 metros)

Ozivam Bonfim – atletismo (5.000 metros)

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