Uma reunião realizada em Curitiba nessa quinta-feira entre representantes do governo do Paraguai e do Paraná discutiu as medidas que poderão ser implantadas na fronteira do Brasil com o Paraguai para combater o contrabando na região.
Segundo o ministro Antonio Cruz de Mello, cônsul geral do Brasil em Ciudad del Leste, no Paraguai, uma das alternativas que vem sendo estudada pelos governos brasileiro e paraguaio desde setembro de 2005 é a execução de um amplo programa de desenvolvimento econômico sustentável. Para o ministro, isso substituiria a prática de contrabando – que não beneficia nenhum dos dois países – por uma economia forte que gere empregos formais.
Ele disse que a participação do Paraná, com sua experiência de desenvolvimento econômico, será essencial. ?O contrabando gera uma economia perversa que não beneficia os dois países. Além disso, escraviza trabalhadores paraguaios e brasileiros, porque quem trabalha a serviço do contrabando e do narcotráfico são verdadeiros escravos?.
Segundo o ministro, a preocupação dos prefeitos da região é com o crescimento do desemprego. ?A expectativa é que mais de 2 mil famílias de desempregados circulem pelos municípios. Integrar a economia dos municípios de fronteira é uma das soluções apontadas para criar alternativas de emprego formal e amenizar o desemprego provocado com o rigor da Receita Federal, que está reprimindo com mais intensidade o contrabando na região após o funcionamento, ainda em fase de teste, da nova aduaneira.
Cruz de Mello ainda destacou a importância da agenda positiva entre o Paraná e o Paraguai. ?A iniciativa visa criar novas oportunidades, que possam gerar mais empregos e melhores rendas?, informou. Segundo o cônsul-geral, na região de fronteira entre os dois países, há cerca de 1,3 milhão de pessoas.
O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse ao cônsul-geral do Brasil que o Paraná é bem-sucedido nos programas e ações que desenvolve no setor agropecuário. ? Por isso, acreditamos que essas iniciativas poderão contribuir para um maior desenvolvimento dos segmentos do setor naqueles municípios localizados na fronteira entre o Paraguai e o Paraná?. Ribas ressaltou que apesar de ocupar 2,3% do território nacional o Paraná responde por 19,5% da produção de grãos e 9% da produção agropecuária do País.