O acordo entre Brasil e Japão para a produção e comercialização de álcool combustível está longe de ser fechado, disse nesta sexta-feira (4) o secretário de relações internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto. "Este é um namoro que está longe de virar casamento, embora eles já tenham uma lei que determina a mistura do etanol à gasolina", disse.
Já existem iniciativas para a produção e venda de álcool entre Petrobras e empresas japonesas, mas um acordo de fato não foi ratificado pelo governo japonês. Ontem, depois de visita a uma linha de produção de carros de flexfuel da Honda, em São Paulo, o ministro de Agricultura do Japão, Toshikatsu Matsuoka, também não deu esperanças para um acerto entre ambos os países. Em entrevista à Dow Jones ele afirmou que não houve progresso nas negociações quanto a um acordo de longo prazo com o Brasil para o fornecimento de etanol.
Segundo estimativas da Petrobras, uma mistura obrigatória de 3% a 10% na gasolina japonesa exigiria um fornecimento de 1,8 bilhão a 6 bilhões de litros de etanol ao ano. O Brasil exporta cerca de 3,5 bilhões de litros por ano. Célio Porto considera que essas negociações serão mais fáceis quando houver de fato um mercado internacional de álcool. "Isso leva tempo. Por isso o Brasil tem interesse que outros países tropicais produzam etanol para que este mercado seja desenvolvido".