Rio – Eliminar barreiras de importação do etanol e associar esforços para globalizar produção e consumo do combustível são medidas fundamentais nas relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. A avaliação é do embaixador do Brasil Roberto Abdenur que participou hoje (5) de uma conferência internacional, no Rio de Janeiro. O representante brasileiro nos Estados Unidos disse que iniciativas como estas facilitariam o comércio bilateral entre os dois países e ajudariam a reduzir os impactos da alta de preços do petróleo na economia mundial.
O diplomata anunciou a criação de um grupo de consultas informais entre Brasil e EUA. O objetivo, conforme explicou, é sensibilizar o Congresso norte-americano a reduzir sua postura protecionista. Segundo o embaixador, cada galão de etanol nos EUA recebe uma tarifa de 2,5% sobre o seu valor e ainda uma tributação de US$ 0,54. "Isso encarece o etanol e os EUA estão com falta do produto", disse.
De acordo com Abdenur, EUA e Brasil são responsáveis por 70% da produção mundial do combustível e precisam ajudar outros países da África, Ásia e América Latina a também produzi-lo. "O etanol precisa deixar de ser uma commodity agrícola e ser um componente da solução do problema da alta dos preços de energia."
"O etanol jamais vai substituir o petróleo, mas na medida em que se desenvolver substancialmente produção e consumo haverá redução da pressão sobre o mercado do petróleo com efeitos extraordinários para a economia mundial", acrescentou. O embaixador classificou como protecionistas as restrições por parte do Congresso norte-americano em relação à importação do etanol.
Segundo ele, alguns setores temem a concorrência do etanol brasileiro. No entanto, por mais que o Brasil aumente sua produção, os excedentes exportáveis jamais vão inundar o mercado norte-americano, segundo o diplomata.