Brasília – Estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que a exportação de tecidos sintéticos chineses para o Brasil, que em 2004 foi de US$ 131 milhões, chegou a US$ 139 milhões no ano passado. Os sintéticos representam 38% das exportações chinesas de têxteis para o Brasil.

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O aumento das importações de produtos chineses gerou reclamações de empresários brasileiros e resultou num pré-acordo, assinado hoje (10) em Pequim, para redução das exportações de oito grupos de produtos têxteis e de vestuário para o Brasil, representando 76 itens. Ou seja, 60% das importações desse tipo de produto vão sofrer redução.

As medidas só vão entrar em vigor 30 dias depois da assinatura do acordo pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e pelo ministro do Comércio da China, Bo Xilai (Comércio Chinês). A data da assinatura do acordo ainda não foi marcada. As limitações vão até 2008.

Uma delegação brasileira negocia com os chineses desde terça-feira (7) em Pequim. "É uma negociação que vem ocorrendo há seis meses, e foi a quarta rodada de negociações que, felizmente, conseguimos concluir", afirmou o diretor do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Fernando de Magalhães Furlan.

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Segundo Fernando Furlan, entram no acordo os produtos que apresentam um histórico maior de preocupação para as indústrias brasileiras: tecido de seda; tecido sintético; veludo; bordado; fio texturizado de poliéster; camisas de malha; sobretudos e mantos; suéteres e pulôveres.

O acordo prevê que uma comissão bilateral vai monitorar o comércio entre os dois países, com cooperação aduaneira e intercâmbio de estatísticas. "Um dos objetivos é coibir as práticas desleais de comércio, contrabando e superfaturamento, que é um dos problemas que podem acontecer", destacou.

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Fernado Furlan lembrou que um acordo similar foi assinado pelos chineses com os Estados Unidos e a União Européia. A diferença ficou por conta do universo de produtos restritos que, representou 45% das exportações chinesas para os Estados Unidos e 30% para a União Européia.