Brasil é beneficiado por alta de alimentos

Washington (AE) – A FAO (agência da ONU para a Alimentação e Agricultura) aponta que o Brasil fechará o ano como um dos países que mais se beneficiaram das altas dos preços das commodities. Um levantamento feito pela entidade com sede em Roma destaca que o mundo foi obrigado a gastar mais recursos para importar alimentos diante do incremento nos valores de produtos como açúcar e outros bens agrícolas. O ano deverá fechar com uma importação mundial de US$ 388 bilhões em alimentos. Em 2005, o valor era de US$ 379 bilhões.

Parte desse aumento se refere ao incremento do volume no fluxo comercial, mas parte reflete a alta nos preços de commodities. Para exportadores como o Brasil, o saldo será positivo no final do ano. Mas, segundo a FAO, o custo da importação de produtos agrícolas em 2006 deverá crescer em 2% em comparação ao ano passado na maioria dos países. Os países emergentes que precisam importar alimentos, como China ou Índia, teriam gastos extras de 3,5% por conta do aumento de preços.

Quem mais sofrerá, porém, são os países mais pobres, como os africanos, e que dependem de alimentos de fora. Nesses casos, o custo pode aumentar em 7% em 2006, em comparação aos gastos de 2006. No total, os países em desenvolvimento importarão

US$ 120 bilhões em alimentos neste ano, um terço do comércio mundial.

?Essa situação de preços altos para os alimentos é negativa para muitos países, mas positiva principalmente para um exportador competitivo como o Brasil, que terá ganhos em 2006 não apenas por que exportou mais que em 2005, mas porque os preços dos produtos aumentaram?, afirmou um especialista da FAO responsável pelo estudo.

Segundo ele, uma das vantagens do Brasil é que o país importa uma quantidade pequena de alimentos e, portanto, a alta nos preços das commodities não afeta negativamente a balança comercial.

Um dos produtos que mais sofreu um aumento de preços foi o açúcar. Em 2005, o mundo importou US$ 13,8 bilhões em açúcar. Neste ano, o valor deve chegar a US$ 18,1 bilhões. Os países em desenvolvimento também pagarão mais pelo açúcar. Em 2005, gastaram US$ 5,7 bilhões com o produto. Neste ano, serão mais de 7,5 bilhões.

Óleos vegetais e grãos também sofreram um incremento nos gastos de países importadores. Em um ano, o custo aumentou em US$ 2 bilhões nas importações de óleo vegetal, atingindo US$ 71 bilhões em 2006.

Já no setor das carnes, outro foco das exportações nacionais, os custos seguiram uma direção oposta à dos demais produtos alimentares. Em 2005, o mundo importou US$ 65 bilhões em carnes, contra US$ 64 bilhões neste ano.

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