O Brasil e a Argentina vão prorrogar até 1° de março o Acordo Automotivo Bilateral, que trata do comércio de veículos entre os dois países. Inicialmente, a vigência terminaria no próximo domingo (1° de janeiro). Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a decisão deve ser protocolada até sexta-feira (30) pela secretaria-geral da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
Depois das rodada de negociações que começou em junho deste ano, os dois países decidiram manter as bases do acordo firmado em outubro de 2001, que tem como um dos principais pontos a instituição de um mecanismo de compensação das exportações, conhecido como trade flex. A medida prevê que a cada US$ 100 exportados no comércio entre o Brasil e a Argentina, um país poderia importar do outro US$ 110,50 sem pagar imposto de importação.
Dependendo de fatores ligados à conjuntura econômica (como a taxa de câmbio, por exemplo), o trade flex pode favorecer um dos dois países. Quando o acordo começou a vigorar, em 2001, o mecanismo favorecia mais a Argentina que o Brasil; hoje, essa situação se inverteu. De acordo com a assessoria do ministério, o tratado em vigor faz com que 63% dos automóveis vendidos na Argentina sejam fabricados no Brasil.Em contrapartida, 2,8% dos veículos vendidos no Brasil são importados do país vizinho, principalmente carros de médio porte e utilitários.
Pelo lado brasileiro, as negociações do Grupo de Trabalho Automotivo Brasil-Argentina são coordenadas pelo secretário de Desenvolvimento da Produção do ministério, Antonio Sérgio Martins Mello; a delegação argentina é chefiada pelo subsecretário de Indústria e Comércio da Argentina, José Díaz Pérez.
A partir de nove de janeiro, os dois países devem continuar as negociações para tratar dos rumos que o comércio de veículos entre os dois países tomará em 2006. De acordo com o ministério, a intenção do Brasil é impulsionar o Mercosul no ranking mundial de produção e venda de automóveis.