Terminou sem acordo a reunião entre as equipes técnicas do Brasil e Argentina para discutir a proposta argentina de impor novamente cotas aos calçados e a produtos da linha branca exportados pelo Brasil para a Argentina. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, disse que nesses dois pontos não houve uma conclusão e que os setores privados dos dois países voltarão a se reunir na segunda quinzena de setembro para discutir o assunto.

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Ramalho antecipou, no entanto, que o governo e os empresários brasileiros não vêem sentido na colocação de cotas para as exportações brasileiras. Ele explicou que, no período em que o Brasil realizou a restrição voluntária nesses dois setores, as importações argentinas de outros países aumentaram.

"A indústria brasileira considera que já deu a sua contribuição para a indústria argentina ganhar mercado interno. Mas o registro de comércio apresentado pelo próprio governo argentino mostra que nos dois anos em que o acordo esteve em vigor houve desvio de comércio principalmente de produtos vindos da China", disse o secretário

Segundo ele, a indústria calçadista brasileira concordou em voltar a sentar à mesa porque o governo argentino propôs fixar em pelo menos 75% a participação brasileira do total das importações argentinas de calçados. Ele explicou que esta seria uma forma de fazer um contingenciamento das importações de outros países

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Em relação ao setor da linha branca, Ramalho explicou que os produtores brasileiros pediram uma série de informações à indústria argentina para realizar a reunião em setembro. Ele informou que as estatísticas do governo argentino mostram que as importações brasileiras de eletrodomésticos perderam mercado na Argentina.

Segundo ele, em 2003 o Brasil era responsável por 100% das importações argentinas de fogões a gás. Em 2006, as importações do Brasil de fogão a gás cariam para 93% do total.

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Nas importações de geladeira, a queda foi ainda maior, segundo o dados de Ramalho. Em 2003 o Brasil era responsável por 95% das compras argentinas e em 2006 participa com 87%. No caso de máquinas de lavar roupa, o Brasil, em 2003, era responsável pelo fornecimento de 78% das importações argentinas. Em 2006, a participação do Brasil nas importações argentinas de máquina de lavar roupa está em 70%.