A Câmara Setorial do Vinho e os representantes do setor privado de vinho argentino firmaram um novo acordo comercial. Até dezembro deste ano a importação do produto deverá ter um valor mínimo de U$ 8,00 por caixa, sendo que hoje o produto é importado por U$ 4,00. O objetivo da proposta, segundo os produtores, é diminuir a entrada de vinhos de má qualidade no país. O acordo entra em vigor imediatamente, uma vez que possui o aval dos governos brasileiro e argentino.
Segundo o coordenador de mercado da Câmara e vice-presidente da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba) Flávio João Piagentini, a proposta foi discutida porque a comercialização "estava depreciando a venda dos produtos brasileiros".
Ele diz que o dólar baixo tornou os produtos argentinos muito baratos, o que prejudicou a venda do vinho produzido no Rio Grande do Sul e em outras partes do Brasil. "Teve uma sobra de vinhos nas vinícolas, tem uns de 2003 que ainda estão estocados lá. Isso este ano refletiu na economia rural".
De acordo com Piagentini, o acordo não foi desvantajoso para a Argentina porque o país tem cerca de 10% do mercado consumidor no Brasil. "Nós fizemos com que eles entendessem que os vinhos muito baratos prejudicam demais a imagem do vinho argentino".
No encontro foi criada uma comissão com três membros brasileiros e três argentinos. O objetivo do grupo é criar um fundo de investimentos para a promoção do consumo de vinho no Brasil. "A nossa comissão vai criar uma proposta do Brasil e da Argentina que vai ser mostrada aos outros dois sócios do Mercosul, Uruguai e Paraguai, para que haja uma postura comum com outros parceiros", disse Piagentini.
A proposta do Brasil é que em 1º de janeiro esse valor de US$ 8,00 suba para US$ 10,80 e que, em julho de 2006, chegue a US$ 12,00. Porém, isso será decidido pela comissão até o final deste ano, de acordo com o comportamento do mercado nesse período.