Porto Alegre – Os secretários de Energia do Brasil, Ronaldo Schuck, e da Argentina, Daniel Cameron, se reúnem nesta quinta-feira (31) em São Borja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Eles vão discutir parcerias entre a Eletrobrás e a iniciativa privada para a construção da Unidade Hidroelétrica Binacional Garabi.
O Seminário Binacional Desenvolvimento Integrado da Fronteira vai reunir governadores argentinos e prefeitos brasileiros, técnicos, pesquisadores e integrantes do Programa de Estudos e Licitações da Unidade Hidroelétrica Binacional Garabi, na Câmara de Vereadores do município. O encontro também vai mostrar a importância da usina para o desenvolvimento da região da fronteira brasileira e províncias argentinas de Corrientes e Misiones.
Segundo o secretário de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul, José Carlos Elmer Brack, no final do seminário será assinada a Carta de São Borja, ?um documento solicitando a urgência da obra aos governos federais do Brasil e da Argentina?. Ele disse que o projeto binacional Garabi prevê a construção de um sistema de até três aproveitamentos hidroelétricos no Rio Uruguai, na altura do município de Garruchos (RS).
De acordo com o secretário, o investimento previsto para a obra é de cerca de US$ 2 bilhões. ?A capacidade de geração de energia elétrica será de 1.800 megawatts (MW), podendo atingir, dependendo das soluções de engenharia, até 3.000 MW, valor correspondente à totalidade do consumo atual do Rio Grande do Sul?, explicou.
O governo gaúcho informou que o Protocolo Binacional para a construção do complexo hidroelétrico – localizado entre o Rio Grande e as províncias argentinas de Misiones e Corrientes – foi assinado em 5 de janeiro de 2005. A construção vai gerar 10 mil empregos diretos temporários e mil permanentes. Também devem ser criados 30 mil postos de trabalho indiretos.
Brack anunciou que pretende lançar uma Frente Parlamentar "para que o projeto saia do papel e se transforme em realidade". Ele disse ainda que os marcos regulatórios, os parâmetros legais e os critérios para a licitação da obra estão sendo definidos. A partir do início das obras, a previsão de conclusão é de seis anos.