Representantes do Brasil e da Argentina vão se reunir na segunda e na terça-feira, em Brasília, para discutir o novo acordo automotivo. Os dois países decidiram aguardar o fim da visita do presidente argentino Néstor Kirchner ao País "para não misturar as discussões", justificam representantes da indústria automobilística brasileira.
Na semana passada, representantes dos governos e das montadoras dos dois países se reuniram em Buenos Aires para discutir as bases do acordo, previsto para entrar em vigor em julho, após entendimento que prorrogou o atual acordo, cujo vencimento deveria ocorrer em 31 de dezembro.
O presidente da General Motors do Brasil, Ray Young, acredita que a Argentina vai aceitar uma nova data para a abertura do comércio entre os dois países, antes prevista para 2006, um dos itens que emperram as negociações. "Não sei se a data será 2008 ou 2010, mas acho que será fixado um novo prazo."
Young lembra que as montadoras voltaram a investir na Argentina, uma das reivindicações do governo Kirchner. A Volkswagen começa a produzir este ano no país vizinho a versão perua do Fox. A Peugeot vai fabricar o novo 307 e a Toyota, no ano passado, modernizou sua fábrica local para a produção da nova picape Hilux. Os três modelos têm o Brasil como cliente fixo.
"Acredito que as montadoras vão investir mais lá porque o mercado argentino está crescendo", diz Young. No ano passado foram vendidos cerca de 400 mil veículos na Argentina, volume que se aproxima do recorde local, de 500 mil unidades. É uma recuperação significativa para um mercado que despencou para 90 mil unidades há quatro anos, lembra Young.