O Brasil gasta 25% dos recursos destinados à assistência farmacêutica dos brasileiros com os 166 mil portadores de aids. Um protocolo de intenções assinado com a Argentina visa unir esforços entre os dois países para a pesquisa e produção não só de medicamentos anti-retrovirais, usados no tratamento da aids, mas de outros considerados estratégicos para os dois vizinhos do Mercosul. Com isso, a idéia é diminuir a dependência internacional na compra de medicamentos, reduzindo gastos.
O documento assinado entre o ministro da Saúde brasileiro, Saraiva Felipe, e o ministro da Saúde e Ambiente argentino, Ginés González Garcia, firma a intenção de produzir matéria-prima para medicamentos contra tuberculose, além de prever negociações conjuntas para a obtenção de medicamentos de alto custo.
"O Brasil e a Argentina são os maiores compradores governamentais de alguns medicamentos anti-retrovirais. Isso aumenta a capacidade de negociação quando o Brasil se junta à Argentina. Além disso, tecnologicamente, a Argentina produz anti-retrovirais que poderiam se somar aos produzidos no Brasil. Isso deve diminuir a dependência internacional dos dois países na compra de laboratórios multinacionais", afirmou Saraiva Felipe.
Para o ministro da Saúde argentino, a parceria é fundamental para enfrentar doenças como a aids. "Isso é concreto. Trocar informações científicas, sanitárias e políticas e enfrentar juntos todas as situações, porque a política de combate à aids não é fácil. Muitos países do mundo, lamentavelmente, por não terem uma política nacional, enfrentam problemas de acesso aos medicamentos", afirmou Ginés González Garcia.
Atualmente, o Brasil distribui 17 medicamentos anti-retrovirais. Desses, oito são produzidos no país e oito deles são importados.
