Brasil e Alemanha decidem vaga na final

Jürgen Klinsmann está preocupado com o que pode acontecer neste sábado no Frankenstadion, em Nuremberg. O técnico da Alemanha tem dúvidas de que a seleção brasileira esteja realmente cansada. E lamenta as críticas que o time de Parreira vem recebendo – sabe que os pentacampeões crescem muito quando são provocados.

Klinsmann não está errado. O Brasil chega à semifinal da Copa das Confederações, neste sábado, às 13 horas (horário de Brasília), em Nuremberg, com a motivação lá em cima – palavras do técnico Carlos Alberto Parreira.

"Os brasileiros não estão cansados. Foram muitos criticados na derrota para o México e agora estão mais motivados do que nunca. Para nós, seria muito bom se eles estivessem recebendo flores", revelou Klinsmann, depois do treino da Alemanha na sexta-feira.

Um dia antes, Parreira havia espalhado aos quatro cantos da Alemanha que a hora era do futebol brasileiro. E na sexta-feira, o treinador do Brasil repetiu a história.

"Não falei a palavra guerra para resumir o que será este jogo. Foram outras frases que, resumindo, mostram o nosso sentimento: agora é para valer. Chegamos à final. O Brasil veio aqui para ganhar", avisou Parreira.

Ganhar, no dicionário de Parreira, tem o significado de impor o ritmo do futebol brasileiro, não aceitar a pressão dos alemães, circular a bola e fazer valer a tradição das cinco estrelas na camisa amarela. Somando tudo isso, o treinador exige: "Muita força mental. Não se pode perder a concentração contra os alemães. A força deles está na aplicação, determinação não desistem nunca."

Klinsmann assina embaixo as considerações de Parreira e vai além. "O respaldo dos nossos torcedores (pouco mais de 40 mil no estádio) e o ambiente em Nuremberg (nada amável ao Brasil) são a chave para vencermos", explicou.

Contra toda essa carga pesada anunciada por Klinsmann e o clima quente, abafado na cidade, Parreira prefere esconder a escalação do Brasil. Tem intenção de manter o mesmo time que abriu a Copa das Confederações contra a Grécia. Mas faz mistério.

O "quarteto fantástico" deve ser mantido, mas Parreira não descarta uma alteração de última hora – Juninho Pernambucano no lugar de Robinho ou Adriano. Daria consistência na marcação e prejuízo na força do ataque.

Outra alteração, em bem viável, seria Léo na vaga de Gilberto na lateral-esquerda. O jogador do Santos, mais leve, dá mais velocidade no apoio ao ataque. Em contrapartida, Gilberto, mais robusto, suporta mais o tranco dos alemães na marcação.

Nas outras posições, voltam Dida, Roque Júnior e Emerson que não jogaram contra os japoneses.

Mas, seja qual for a escalação da seleção brasileira, Klinsmann tem certeza que vem chumbo grosso pela frente. "Estamos muito motivados, mas estamos diante de um grande obstáculo. Antes de mais nada e depois de tudo, o Brasil é o campeão do mundo", lembrou o técnico alemão.

Quem vencer neste sábado enfrenta o ganhador de Argentina e México, que jogam domingo, em Hanover. Se acontecer o empate entre Brasil e Alemanha, haverá prorrogação de 30 minutos. Nova igualdade leva a decisão para os pênaltis.

Brasil: Dida; Cicinho, Lúcio, Roque Júnior e Gilberto (Léo); Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Adriano. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Alemanha: Lehmann, Fridrich, Mertesacker, Huth e Hitzlsperger; Ernest, Schneider, Fring e Ballack; Podolski e Kuranyi. Técnico: Jürgen Klinsmann.

Árbitro: Carlos Chandía (CHI)

Local: Nuremberg.

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