Brasil discutirá retaliações aos EUA se país não seguir determinações da OMC

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues considera remota a possibilidade de os Estados Unidos não reduzirem os subsídios à produção e à exportação de algodão, conforme determinou o Órgão de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC), atendendo a reclamação do Brasil.

"Vamos continuar lutando firme e se não acontecer, o Brasil discutirá quais retaliações poderão ser tomadas em relação ao governo norte-americano", disse o ministro. Ele deu uma entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira, em Salvador, ao término da Segunda Conferência Mundial do Café, que se realizou na capital baiana.

Na semana passada terminou o prazo dado pela OMC para que os Estados Unidos acabassem com o subsídio ao algodão produzido internamente. O Brasil aguardou durante seis meses depois da decisão da Organização para que uma decisão fosse tomada pelo governo americano, em favor dos produtores brasileiros.

Vencido o prazo sem qualquer resposta, a OMC reserva a países reclamantes que tiveram ganho de causa o direito de estabelecerem restrições comerciais que tragam compensações, conforme a Assessoria de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores explicou.

O ministro da Agricultura disse que, se os Estados Unidos não acabarem com o protecionismo na área do algodão, "vamos discutir concessões de acesso ao mercado para outros produtos agrícolas brasileiros". O fim do subsídio, segundo Roberto Rodrigues deverá ser decidido principalmente pela proximidade da Sexta Conferência Ministerial da OMC, que vai acontecer em Hong Kong entre 13 e 18 de dezembro.

"Se os americanos não cumprirem a decisão da OMC, não haverá reunião, que estará destinada ao fracasso. Como vamos discutir o futuro comercial do mundo se uma decisão da OMC é desrespeitada pelas autoridades do país mais importante da agricultura mundial? Tenho certeza que não vai acontecer esse tipo de desrespeito. Mas, na remota hipótese, poderemos retaliar. Esta possível retaliação poderá ser discutida, sim, até na hipótese de novas ações em relação a outros produtos", afirmou.

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