São Paulo – O Palácio do Planalto espera receber a partir de novembro deste ano os primeiros protótipos para testes e avaliação do computador portátil de US$ 100 para uso em educação, disse José Aquino, assessor da Presidência da República responsável pelo acompanhamento desse projeto, em entrevista à Agência Brasil. Os protótipos serão produzidos pela organização não-governamental One Laptop Per Child (Olpc ? Um Computador Portátil por Criança), ligada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos.
Os aparelhos serão avaliados pelo projeto Um Computador por Aluno (UCA), uma ação interministerial coordenada por Aquino e que envolve os ministérios da Educação (MEC) e da Ciência e Tecnologia (MCT), juntamente com outros pesquisadores de institutos brasileiros e que pretende distribuir um computador para cada estudante do sistema de ensino público.
O projeto UCA nasceu da proposta feita ao governo brasileiro, no início de 2005, pela Olpc, que pretende vender 1 milhão de computadores portáteis, com custo de U$ 100 cada. Para alcançar esse valor unitário, no entanto, a Olpc informa que aguarda reunir pelo menos cinco pedidos de 1 milhão de computadores, de um ou mais países, para viabilizar a produção.
Os testes realizados até agora foram feitos a partir do conhecimento de pesquisadores brasileiros sobre a tecnologia que será usada nos aparelhos e sobre as placas-mãe dos computadores, cedidas pelo MIT. Até agora, a avaliação verificou as potencialidades tecnológicas, viabilidade econômica e potencialidade pedagógica deles. Apesar do caráter de inovação tecnológica, Aquino afirma que "este projeto é basicamente pedagógico. Ele não é tecnológico".
Antes da chegada dos protótipos em novembro, o MEC deverá iniciar em setembro testes de campo com computadores portáteis convencionais existentes no mercado, em escolas e datas a serem anunciadas.
Para Roseli de Deus Lopes, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que participou das avaliações já realizadas pelo UCA, os próximos testes serão importantes para avaliar o conceito da ferramenta, mas ela ressalta que esses testes são apenas uma espécie de introdução ?Não será um teste idêntico à proposta final [usar o computador de 100 dólares] (…) a gente não está testando a mesma coisa?, alerta.
De acordo com do Aquino, independentemente do Brasil aceitar a proposta, a Olpc não começará a produção industrial desses computadores antes de maio de 2007.