Recife – O governo federal está aperfeiçoando seu plano de contingência, para evitar que o vírus influenza, causador da gripe aviária, se transforme em um problema de saúde pública no Brasil, assim como aconteceu em alguns países asiáticos. A informação foi dada nesta sexta-feira (27), pelo secretário executivo do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, ao participar do 2º Encontro Nacional de Ciências da Saúde, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

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Barbosa informou que três laboratórios nacionais (um no Rio de Janeiro, um em São Paulo e um no Pará) vêm sendo equipados para fazer a identificação rápida do vírus, mas disse que é possível expandir para cinco o número de unidades credenciadas.

Segundo ele, a medida é fundamental para evitar que a doença, que provoca comprometimento dos sistemas respiratório, nervoso, digestivo e reprodutivo das aves, possa se propagar entre os seres humanos.

O secretário disse que uma unidade piloto, construída em São Paulo e que está em fase de certificação, começará a produzir, a partir do final deste ano, as primeiras 20 mil doses da vacina preventiva contra a gripe aviária em humanos. ?Essa produção, que será realizada por meio de parceria de transferência tecnológica entre o Brasil e um dos maiores produtores mundiais de vacinas, o Laboratório Farmacêutico Sanofi Pasteur, vai servir para que o país domine a tecnologia de fabricação do fármaco contra a gripe, com novas metodologias, que permitem maior efeito de imunidade? , afirmou.

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De acordo com Barbosa, outra iniciativa relevante é o alerta que está sendo feito por meio de afixação de cartazes e distribuição de panfletos enviados pelo Ministério da Saúde às prefeituras, para que as pessoas que moram perto dos parques ou áreas de pouso e invernada de aves migratórias possam comunicar aos órgãos públicos, por meio de ligação telefônica, a existência de patos, gansos e outras espécies de animais mortos. A mobilização também vai abranger funcionários de 70 zoológicos em todo o país.

O secretário ressaltou que não há motivo para pânico, argumentando que não foram registrados casos do vírus H5N1 no Canadá nem nos Estados Unidos, de onde as aves migram para o Brasil. Além de matar aves, o H5N1 pode ser transmitido para humanos,

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Jarbas Barbosa disse ainda que o desafio é criar um ambiente de solidariedade no mundo para que, caso a transmissão da doença entre humanos seja detectada em qualquer  país, possa ocorrer o envio imediato de medicamentos, permitindo o bloqueio do vírus e impedindo uma disseminação global da enfermidade.

O plano de contingência do Brasil envolve a participação de 14 ministérios, incluindo Defesa, Saúde, Meio Ambiente e Agricultura.