Brasil deve crescer 4,4% em 2007, segundo OCDE

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 4,4% neste ano e 4,5% em 2008. ?O ritmo de crescimento deve ser sustentando pela planejada expansão fiscal e pelo atual embora em moderação, relaxamento monetário?, de acordo com a Organização.

?O atual dinamismo no mercado de trabalho e a alta nos investimentos vão sustentar a expansão baseada na demanda doméstica?. Além disso, as contas externas devem continuar ?sólidas?, embora o crescimento das importações deva continuar a superar o da exportações.

A inflação está destinada a permanecer ?confortavelmente abaixo de 4,5%?. Mas, segundo a OCDE, ?o estímulo fiscal esperado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderá muito bem restringir o ritmo de um maior relaxamento monetário.

Segundo a OCDE, o PAC avança um pouco na contenção do aumento do gastos correntes do governo ao limitar, por exemplo, as altas reais no salário mínimo, que afetam os gastos da Previdência Social e da folha de pagamento do funcionalismo público. Além disso, observa que o governo planeja adotar medidas que melhorem o ambiente para negócios do País.

Mas a entidade observou que o PAC não inclui ?medidas complementares, incluindo a reforma da Previdência, consideradas essenciais para conter a alta no gasto corrente e portanto melhorar a qualidade do ajuste fiscal?.

Real valorizado

A OCDE destacou, também, que a valorização do real não representa um risco para a economia brasileira. "Está se falando muito nisso agora porque a cotação rompeu a barreira dos R$ 2 diante do dólar", disse à Agência Estado o economista responsável pelas análises do Brasil na entidade, Luiz de Mello.

"Não vemos isso com preocupação", disse. Mello discorda das análises de que a força do real possa causar um processo de desindustrialização. "Não há evidência disso", afirmou. "Alguns setores obviamente são penalizados, mas o nível de emprego e a produtividade na indústria têm aumentado."

Segundo ele, o real valorizado pode gerar um impacto positivo. "Ele barateia para a indústria o custo de acesso a insumos, máquinas e pode estimular a renovação do parque industrial brasileiro.

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