O Brasil está prestes a assinar um acordo com a União Européia (UE) para a ampliação da cota de exportação de açúcar e de carne de frango. O entendimento é, porém, apenas uma compensação dada pelos europeus. Em 2004, com a ampliação da UE para o Leste Europeu, países como Hungria, Polônia ou República Tcheca foram obrigados a modificar suas tarifas de importação e harmonizar as taxas às demais economias da região. Para alguns produtos brasileiros, porém, isso significou um incremento dos impostos aduaneiros desses países e portanto, a perda de espaço no mercado.
O acordo, portanto, visa compensar os prejuízos do País por meio de cotas. Pela lei da Organização Mundial do Comércio (OMC), os europeus têm até o mês de junho para concluir o entendimento com o Brasil. O acordo, porém, deverá ser fechado nas próximas semanas. O Itamaraty e Bruxelas já definiram os produtos que ganharão cotas extras e agora falta apenas um entendimento sobre o texto do acordo. No caso do frango, o Brasil acertou um incremento de 10 mil toneladas de exportações para o mercado europeu como forma de compensar pelo aumento das taxas no Leste Europeu. Em 2005, o Mercosul exportou 230 mil toneladas de carnes para a Europa.
Outro produto que ganhará novo espaço é o açúcar. O Brasil não é o primeiro país a fechar um entendimento como esse com a nova Europa, com 25 países membros. Na semana passada, o governo dos Estados Unidos encerrou seus dois anos de negociação com Bruxelas e também ganhou cotas para seus produtos que sofreram alguma perda com as mudanças de taxas nos dez países que se somaram à UE em maio de 2004. Outros países, como Japão, Canadá e México também querem acordos similares com os europeus que, por lei, não podem se recusar a negociar diante do aumento das tarifas em seus novos membros.