Brasil desenvolve técnica própria para enriquecimento de urânio

O Centro Tecnológico da Marinha, de São Paulo, foi o responsável pelo desenvolvimento das ultra-centrifugadoras que começaram a operar ontem (5) nas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende, região sul do fluminense. Com isso, o Brasil passou a integrar o grupo dos dez países que produzem e dominam a tecnologia de combustível nuclear.

As ultra-centrifugadoras são aparelhos que giram em altíssima velocidade e dividem o elemento nuclear dos átomos. Neste caso, as centrífugas separam as moléculas de urânio 235 das moléculas de urânio 238 ? que não produz fissão nuclear e, portanto, não gera energia.

A unidade da INB possui centenas de centrífugas, resultado do investimento de R$ 100 milhões do governo federal. Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil detém a sexta maior reserva de urânio mundial e a auto-suficiência brasileira no enriquecimento de urânio está prevista para 2016 – até lá, serão investidos R$ 550 milhões.

O ministro Sérgio Rezende defende a energia nuclear como única alternativa capaz de atender as demandas de forma ampla, tendo em vista a diminuição drástica das reservas de petróleo no mundo, prevista para os próximos 20 ou 30 anos, e a incerteza no fornecimento de gás natural depois que o ministro da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou as reservas de gás e petróleo em seu país. Segundo o ministro, as energias eólica (dos ventos) e solar não se mostram viáveis em larga escala.

O mercado mundial de urânio enriquecido é estimado hoje em R$ 40 bilhões. Além do Brasil, outros nove países detém a tecnologia: Alemanha, Holanda, Reino Unido, França, Japão, Estados Unidos, Rússia, China e Paquistão. Desses, Estados Unidos e França respondem por 55% do total.

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