O Brasil deixou, no último dia 31, a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A China assumiu o posto. Os 15 membros do Conselho têm direito de ocupar a presidência pelo período de 30 dias. A troca é feita conforme a ordem alfabética da língua inglesa. O conselho tem membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França), que possuem poder de veto, e não-permanentes (com mandato de dois anos), grupo que o Brasil integra.

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A missão de paz das Nações Unidas no Haiti, liderada pelo Brasil, foi avaliada durante a gestão brasileira. De acordo com nota do Itamaraty, o Conselho de Segurança, por meio de declaração à imprensa, ressaltou os avanços conquistados pela missão em quatro meses de trabalho no país mais pobre das Américas, mas reconheceu "que ainda há muito a ser feito". "Enfatizando a importância de avançar o processo de desarmamento, desmobilização e reintegração, a declaração sublinhou também a necessidade de participação de todos os setores da sociedade haitiana no processo político", diz a nota.

As tropas militares da ONU estão no Haiti desde junho do ano passado com a finalidade de garantir a segurança e a ordem, após a crise político-social que resultou na queda de Jean Bertrand Aristide da presidência. Em novembro, o conselho decidiu por unanimidade que as tropas militares ficarão no Haiti por mais seis meses.

O conflito no Sudão, segundo o Itamaraty, foi um dos temas mais complexos. O conselho criou uma nova operação para ajudar na implementação do Acordo Abrangente de Paz, firmado em janeiro entre o governo e os rebeldes do país para acabar com guerra civil de 21 anos. Foi criado também um comitê para monitorar as sanções impostas ao Sudão.

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Foram prorrogadas as missões das Nações Unidas na Etiópia e Eritréia (até setembro de 2005) e no Congo (até primeiro de outubro deste ano). Esta foi criada para ajudar no desarmamento das milícias que ameaçam a estabilidade do país e aquela para acompanhar o fim das hostilidades entre Etiópia e Eritréia.

De acordo com o Itamaraty, as guerras no continente africano preocupam o Conselho que dedicou sessão para debater o assunto. Hoje, mais da metade das forças de paz está em países da África. "O Conselho enfatizou que, para haver progresso nas áreas do desenvolvimento, direitos humanos e democracia na África, é necessária uma situação estável de segurança, a qual só poderá ser alcançada a partir de uma visão integrada das causas do conflito no continente", afirma a nota do ministério.

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Além disso, o órgão reconheceu progressos na região como a implantação da nova constituição do Burundi. O Conselho acolheu o plano de recuperação da economia palestina apresentado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. No entanto, relatório do Subsecretário-Geral para Assuntos Políticos das Nações Unidas destaca que "a incerteza e a fragilidade inda caracterizam o processo de paz entre israelenses e palestinos e evidenciou preocupação em relação ao muro em construção pelo Governo de Israel". No Afeganistão, o órgão decidiu prorrogar por um ano a missão de assistência ao país.