O Brasil já decidiu que vai ser membro do Banco do Sul, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista durante os bastidores do encontro de Primavera do FMI, Mantega disse que, na próxima semana, deve haver um convite formal feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o Brasil seja membro do banco.
A decisão foi informada aos membros do Banco do Sul em reunião ontem (sexta-feira), em Washington, "com outros países da América Latina", de acordo com Mantega. Uma fonte próxima às negociações disse que, além do ministro brasileiro, estavam presentes à reunião representantes da Fazenda e dos bancos centrais do Equador, Venezuela, Bolívia e Argentina.
"Houve um mal-entendido no início das negociações para a formação do banco", reconheceu Mantega. Agora, o ministro aguarda que na próxima semana, durante a cúpula de energia na Venezuela, o Brasil seja convidado formalmente para ser membro do Banco do Sul. Qualquer prazo inicial para o funcionamento do Banco terá de ser adiado para que seja levada em conta a entrada do Brasil, ponderou o ministro.
Segundo o ministro, não foi mencionado como seriam colocados recursos no Banco do Sul. "Quantias altas inviabilizariam igualdade de condições do banco. A idéia é que não seja nem banco venezuelano nem banco brasileiro. Seja banco de todos os membros desta comunidade", afirmou.
Mantega disse que o Banco do Sul terá de funcionar dentro das normas de mercado. "Tem de ser banco que tenha rating elevado e possa colocar títulos no mercado." Na avaliação do ministro, todos os países membros do Banco do Sul têm de "estar em pé de igualdade. Tendo mesma votação, o que significa colocar quantias semelhantes por todos os países. Isto inviabiliza colocar quantias elevadas", reconhece.
"Deixei muito claro que, apesar de o Brasil não estar necessitando muito de financiamento e nem de equilíbrios orçamentários e financeiros, o País, como está interessado na integração da América do sul, trabalharia para criação do Banco do Sul", afirmou.