Depois de 14 meses, a expedição "Brasil das Águas" terminam as coletas da qualidade da água em rios, lagos e reservatórios hídricos do país. O projeto encerrou a coleta de amostras e apresenta os resultados brutos à ministra Marina Silva.
A equipe, liderada por Gérard e Margi Moss, percorreu 120 mil km, o equivalente a duas voltas em torno da Terra, e identificou os pontos em que as águas ainda estão limpas nas regiões brasileiras. No total foram 1170 pontos de coleta. O diferencial da expedição é o hidroavião anfíbio "Talha Mar", que tem tecnologia de coleta e análise a bordo desenvolvida para o próprio projeto e considerada pioneira no mundo.
No final do projeto foi constatado que as águas do Nordeste, proporcionalmente, são piores do que as águas do Sul e Sudeste do Brasil. Apesar da população naquela região ser menor e a água mais escassa é possível perceber como, independente do número de pessoas, o efeito sobre a qualidade da água pode ser drástico. No sul do Brasil, o rio Tietê, na foz com o rio Paraná, apresenta águas limpas. Os integrantes do projeto comentam sobre as represas no caso do Tietê. "A capacidade de auto-regeneração dos rios é interessante e as represas funcionam como tanques de decantação, o que no caso do Tietê, segura os resíduos e decantam a água a uma boa distância da foz com o Paraná", afirma Margi Moss, pesquisadora e fotógrafa da expedição. Na região Norte é onde existe a maior possibilidade de águas limpas.
Como as coletas terminaram apenas há quinze dias, o relatório final será escrito por pesquisadores brasileiros até março. Mas segundo Margi Moss "não há duvida sobre a importância de cuidar das nossas águas doces, mesmo com o luxo que o Brasil tem de ser dono de 12% das águas doces disponíveis do planeta. Infelizmente, no momento, a tendência é sempre desperdiçar mais." A equipe também está preparando um livro fotográfico com as imagens das águas doces do Brasil.