O ex-general paraguaio Lino César Oviedo – que aguarda no Brasil resposta a seu pedido de asilo político – foi convocado pelo governo brasileiro para apresentar-se em Brasília por causa de seus atos políticos perto da fronteira com o Paraguai, disse hoje (07) o chanceler paraguaio, José Moreno.
Em entrevista coletiva, Moreno disse que Oviedo ?deverá apresentar-se às autoridades de imigração?, segundo informação recebida pelo governo paraguaio. Ele disse que Brasília não especificou que medidas serão tomadas. De acordo com Moreno, as medidas poderiam ?incluir até a expulsão do Brasil? do ex-general golpista, cuja extradição ao Paraguai foi rejeitada pela Justiça brasileira.
Oviedo é acusado pelo governo paraguaio de ser o autor intelectual do assassinato do ex-vice-presidente Luis María Argaña, em março de 1999, e tem pendente uma condenação de 10 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado de 1996, quando se opôs a passar para a reserva, como havia ordenado o então presidente Juan Carlos Wasmosy (1993-1998).
Segundo Moreno, o governo brasileiro ?conversará seriamente sobre as manifestações contra o governo paraguaio? de Oviedo durante recentes atos políticos acompanhados por seus seguidores na cidade brasileira de Ponta Porã, fronteira com Cidade del Este, Paraguai.
O chanceler disse que o Brasil reagiu de forma positiva ao pedido do Paraguai para que seja aplicada a lei que impede o ex-general paraguaio de realizar manifestações políticas em território brasileiro.
O governo do Paraguai enviou a Brasília um vídeo com a gravação do último ato de Oviedo em Ponta Porã. Segundo os jornais paraguaios, Assunção está aborrecido com as críticas e a liberdade de ação do ex-militar golpista.
Oviedo foi detido em junho de 2000, quando residia ilegalmente na localidade brasileira de Foz de Iguaçu, cerca de 350 quilômetros a leste de Assunção.