Brasil condena Coréia do Norte por teste nuclear

O governo brasileiro condenou, por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, a decisão da Coréia do Norte preparar um novo teste nuclear. Preocupado com o anúncio feito ontem pelo governo norte-coreano, o governo brasileiro conclamou Pyongyang a aderir às normas internacionais sobre testes nucleares, a observar a atual moratória e a reintegrar-se plenamente ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

Também exortou o governo norte-coreano a "retornar com espírito construtivo às negociações hexapartites, visando a entendimentos que levem em conta, de forma equilibrada, as preocupações de segurança internacionais e dos países da região".

"O Brasil continuará a acompanhar com atenção os desdobramentos da situação, em linha com a posição brasileira em prol do desarmamento e não-proliferação nucleares e de apoio aos esforços diplomáticos orientados a uma solução pacífica e duradoura da questão da Península Coreana", concluiu a nota do Itamaraty.

O anúncio do teste nuclear, sob o argumento de reforço em seu sistema de defesa, foi realizado ontem por meio de nota da chancelaria norte-coreana. Especificamente, o texto mencionou a "ameaça extrema de uma guerra nuclear dos Estados Unidos, de sanções e de pressões". O teste seria executado, segundo a nota, sob rígidas condições de segurança.

Entretanto, esse anúncio disparou o alerta em todo o mundo, especialmente nos vizinhos Coréia do Sul, Japão e China que, ao lado dos Estados Unidos e da Rússia, compõem uma mesa de negociações com o objetivo de convencer Pyongyang a abandonar seu programa nuclear.

A Coréia do Norte sofre sanções dos Estados Unidos desde 1998 por conta de seu programa nuclear. Em 2003, retirou-se do TNP e declarou-se "potência nuclear". Dois anos depois, abandonou as negociações com os cinco países. Em julho deste ano, a Coréia do Norte disparou sete mísseis Taepodong-2, com capacidade de atingir a costa Oeste dos Estados Unidos. A iniciativa levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impor sanções contra o país.

Tradicionalmente favorável ao desarmamento e à não-proliferação de armas de destruição em massa, o Brasil foi um dos responsáveis por construir uma série de alianças que tornaram a América do Sul uma região isenta desse tipo de armamento. O primeiro acordo Brasil-Argentina, que expandiu para outras áreas até levar à criação do Mercosul, foi justamente o de compromisso bilateral de uso pacífico da tecnologia nuclear.

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