O Brasil começará a fazer os chamados "testes rápidos" para o diagnóstico de aids até o final do ano, afirmou hoje (18) o presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss. A tecnologia usada para a produção do kit para os testes rápidos foi importada de um laboratório dos Estados Unidos e os novos exames permitirão o resultado em cerca de 20 minutos, o que vai beneficiar, principalmente, as mulheres grávidas. O procedimento tradicional, com o kit chamado Elisa, demora até um mês para dar o resultado.
"Este teste rápido é importante quando não se tem certeza de que o paciente vai voltar (para saber os resultados). Os exemplos são pessoas que viajam muito, como os caminhoneiros ou as profissionais do sexo, que vêm a uma consulta e não voltam. Podendo detectar rapidamente a existência do vírus, podemos imediatamente informar o paciente e começar o tratamento", acrescentou Buss.
Também até o final deste ano, a Fiocruz deve produzir kits para o teste de carga viral, que permite identificar a quantidade de partículas do vírus HIV por cada ml (mililitro) de sangue e informar ao paciente sobre a evolução da doença sem seu organismo. A tecnologia de produção deste kit é totalmente nacional, desenvolvida pela Fiocruz em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Atualmente, a importação de cada kit para este teste custa entre 36 e US$ 38,00. Com a produção nacional, este custo vai ser reduzido entre 2/3 e a metade", disse o presidente da instituição.
Paulo Buss fez palestra para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro sobre novas tecnologias em saúde. Ele destacou que o programa brasileiro de aids está conseguindo frear o avanço da doença e que há perspectiva de reduzir a carga viral dos 150 mil casos em tratamento no país.
A Fiocruz produz atualmente oito medicamentos de combate à aids, além de participar de um dos oito projetos para o desenvolvimento de uma vacina de combate ao HIV.
