Num dia de queda do risco país, o governo voltou ontem ao mercado global e captou mais US$ 346 milhões (R$ 750 milhões) em bônus da República em reais, o Global BRL. Os títulos vão vencer em 2022 e vão pagar 11,663% ao ano. Foi a terceira captação neste ano desse mesmo papel e o sétimo lançamento de novos títulos da dívida no mercado externo.
Mesmo sem precisar de dólares, o Tesouro Nacional está aproveitando o aumento da demanda dos investidores estrangeiros por ativos brasileiros para baratear o custo de financiamento da dívida externa e alongar os prazos de vencimento.
Na primeira vez que o papel foi ofertado, em setembro, a taxa foi de 12,875% e, na segunda, em outubro, de 12,466%. A taxa ficou abaixo do preço de referência de 11,68% comunicado aos investidores no início da operação.
"O resultado mostra que o investidor externo está apostando no real forte. Do contrário, não estaria assumindo o risco cambial no caso de uma desvalorização do real", disse uma fonte envolvida na operação.
Com o lançamento de ontem, o volume do Global BRL 2022 nas mãos do mercado subiu para US$ 1,3 bilhão, quantidade considerada boa pelo Tesouro para garantir liquidez no mercado secundário. O governo já tinha vendido, em 2005, US$ 1,5 bilhão do Global BRL 2016, também em reais.
A emissão do governo ajudou a reduzir ontem o risco país. Organizada pelos bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs com a co-participação do Banco Itaú, a operação garantiu um preço de 105,875% do valor de face do título. O dinheiro entrará para as reservas internacionais no dia 11.
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