Apesar de ser considerado o País com a maior riqueza natural do mundo, o Brasil não consegue ser competitivo na indústria de turismo e perde espaço para outras nações.
Problemas de infraestrutura, regulação, violência, falta de mão de obra qualificada e ausência de investimentos acabam se sobrepondo às vantagens das belezas nacionais. É o que mostra o ranking sobre a competitividade no setor divulgado ontem pelo Fórum Econômico Mundial.
O Brasil desbancou todos os 139 países analisados e marcou o primeiro lugar no quesito de riqueza natural, principalmente pela diversidade de espécies animais existentes, com a fauna mais rica do mundo, além do número de lugares considerados patrimônios da humanidade, da quantidade de áreas protegidas e da qualidade do meio ambiente.
Entretanto, ficou apenas com o 52.º lugar na classificação geral do ranking de competitividade no turismo deste ano, perdendo sete posições na comparação com o levantamento anterior, realizado em 2009 – apesar de ter mantido praticamente a mesma nota.
As piores avaliações foram obtidas em critérios como a infraestrutura de transportes, a ausência de trabalhadores qualificados e as regras para o estabelecimento de negócios no setor. O Brasil aparece, por exemplo, como um dos países onde mais tempo se leva para abrir uma empresa. O peso do crime e da violência também desfavorece o País.
O levantamento mostrou ainda a falta de prioridade dada à indústria de turismo, em razão dos baixos investimentos do governo. “A rede de transportes continua pouco desenvolvida e a qualidade das estradas, portos e trens precisa de melhorias”, diz o estudo.
O Fórum Econômico Mundial destaca que a competitividade do Brasil nessa área fica abalada também em razão dos elevados impostos que recaem sobre o transporte. O levantamento aponta a alta taxação embutida nas passagens aéreas e as tarifas cobradas pelos aeroportos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.