Brasil busca captação de US$ 1,5 bilhão em bônus

O Brasil lançou ontem um bônus global de 30 anos em uma emissão total de US$ 1,5 bilhão, para aproveitar as baixas taxas de juros, afirmou o Deutsche Bank, que coordenou a emissão junto com o Citigroup. O banco afirmou que os rendimentos do lançamento sobre o bônus foram de 8,75% a 8,8%. A demanda teria atingido US$ 8,5 bilhões, cifra considerada muito expressiva pelos analistas de mercado. Antes mesmo do resultado da operação, o novo título brasileiro já era negociado virtualmente com ágio no mercado secundário internacional.

Esta é a primeira emissão do País neste ano e foi anunciada ontem mesmo pelo Banco Central (BC). A última captação da República foi feita em outubro de 2003 (a quinta desse ano), no valor de US$ 1,5 bilhão, com vencimento em 2010. Na ocasião, os papéis tiveram rendimento para o investidor de 9,45%.

A última vez em que o governo colocou títulos de 30 anos no mercado internacional foi em 2000, quando também foi lançado o BR 40, o bônus global com prazo de 40 anos.

Na sexta-feira, a Vale do Rio Doce captou US$ 500 milhões em títulos de 30 anos (o mais longo prazo já atingido por uma empresa brasileira no mercado internacional), pagando juros de 8,35%.

O anúncio da nova emissão era aguardado pelo mercado financeiro, em vista do bom momento de liquidez, favorável ao Brasil. Na semana passada, pela primeira vez o principal título da dívida do país, o C-Bond, ultrapassou os 100% do valor de face e o risco-País caminha para um nível abaixo de 400 pontos.

Nas últimas duas semanas, vários países emergentes lançaram emissões, entre eles o México e a Venezuela, para aproveitar a alta no mercado de dívida emergente, que levou a uma drástica redução das diferenças entre esses bônus e os títulos comparáveis do Tesouro americano. A diferença menor permite uma redução nos custos que o Brasil tem de pagar por seus créditos.

A captações do governo Lula

15 de outubro: US$ 1,5 bilhão com venda de papéis com vencimento em outubro de 2010 com rendimento ao investidor de 9,45% ao ano e custo de 5,61% acima da taxa paga pelos títulos americanos de referência;

11 de setembro: US$ 750 milhões com venda de papéis com vencimento em agosto de 2011 com rendimento ao investidor de 10,66% ao ano e custo de 6,32% acima da taxa paga pelos títulos americanos de referência;

30 de julho: US$ 123 milhões com emissão de bônus com vencimento em 2011, com rendimento ao investidor de 11,87% ao ano. No mesmo dia, O Brasil concluiu uma troca de títulos da dívida externa no valor de US$ 1,3 bilhão;

10 de junho: US$ 1,25 bilhão em papéis com vencimento em junho de 2013, com rendimento ao investidor de 10,58% ao ano e custo de 7,38% acima da taxa paga pelos títulos americanos de referência;

29 de abril: US$ 1 bilhão em papéis com vencimento em janeiro de 2007, com rendimento ao investidor de 10,7% ao ano e custo de 7,83% acima da taxa paga pelos títulos americanos de referência.

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