Rio ? O Programa Brasil Alfabetizado pretende atender este ano mais de 4,3 mil presidiários de 20 estados brasileiros. Os detentos foram matriculados no projeto de alfabetização no final de 2005, por meio de convênios firmados pelo Ministério da Educação (MEC) com governos locais e organizações não-governamentais. A previsão é alcançar 239 turmas, que devem funcionar nas penitenciárias, em períodos de seis a oito meses.
"O preso perdeu os direitos civis, mas não os direitos humanos. E um direito básico do ser humano, garantido pela Constituição, é que ele tenha acesso à escolarização, pelo menos em nível fundamental", disse o técnico da Secretaria de Alfabetização do ministério, Carlos Teixeira. "A gente deve buscar que a escolarização dê a essa pessoa, durante o tempo em que está recluso em uma ociosidade completa, a chance de terminar seus estudos e depois ter uma voltada diferenciada à sociedade", acrescentou.
Segundo ele, o valor da bolsa dos alfabetizadores deve ser R$ 30 maior que o concedido aos alfabetizadores do programa tradicional, que recebem R$ 120. Os educadores que vão trabalhar com os presidiários também tiveram que ser capacitados de forma específica para lidar com os detentos. Essa não é a primeira vez que os detentos vão participar do Programa Brasil Alfabetizado.