Brasil ainda precisa crescer no turismo internacional

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Marcio Favilla Lucca de Paula, defendeu nesta segunda-feira (04) o aumento da participação do Brasil no fluxo internacional de viagens. Das 808 milhões de viagens internacionais ocorridas no mundo em 2005, o Brasil teve uma participação de apenas 1,2%, ou seja, 10,1 milhões de pessoas entraram e saíram de nosso País. "Este número é muito pouco para nós", disse ele, na abertura do Fórum dos Aeroportos de Excelência da América do Sul.

Márcio Favilla defendeu também o aumento da captação de turistas estrangeiros, particularmente da Europa. "Cada estrangeiro que vem ao País gasta uma média de US$ 721. O europeu, no entanto, gasta uma média de US$ 1.200 mil. Daí a importância de termos uma infra-estrutura aeroportuária cada vez mais preparada e amigável para o estrangeiro e o brasileiro que quer viajar", declarou o secretário-executivo, ao pedir que todos os segmentos do governo envolvidos no turismo possam trabalhar em parceria para poder trazer este turista para o País, para que não o percamos para outros países. "Temos potencial para receber um número muito maior de turistas", comentou ele, ao detalhar o número de participação do Brasil no movimento de turistas pelo mundo.

"O Brasil participa apenas de 1,2 % do fluxo de turistas internacionais, do fluxo de viagens internacionais de pessoas que passam pelo menos um dia fora de casa. Ano passado foram 5,4 milhões que nos visitaram e 4,7 milhões de brasileiros que foram para o exterior. Portanto, são 10,1 milhões de pessoas que entraram e saíram de nosso país, dentro de um total no mundo de 808 milhões de pessoas que fizeram viagens internacionais. Participarmos com 1,2% deste número é muito pouco para nós. Nós podemos querer participar de uma maneira muito mais relevante.

Marcio Favilla lembrou também que, o Brasil, por ser um país de dimensões continentais, com uma população de 190 milhões, a importância do turismo doméstico também é imensa. "A importância econômica do turismo doméstico sempre vai ser maior do que a do turismo internacional. O turismo estrangeiro é importante porque ajudar a pagar as contas das nossas viagens internacionais, mas o turismo doméstico é fundamental para a nossa economia.

Já o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Leur Lomanto, afirmou que está havendo um "crescimento mágico" no transporte de passageiros no mundo e que a previsão, este ano, é de aumento de 15% em relação ao ano passado, somente no Brasil. No mundo, em 2005, foram transportados 1,8 bilhão de passageiros e que a expectativa é de este ano, este volume suba para 2 bilhões de passageiros em todo o mundo.

"Temos um crescimento espetacular de movimento nos aeroportos", declarou o secretário-executivo do Turismo, informando que em 2002 foram registrados 32 milhões de desembarques domésticos. Este número subiu para 45 milhões em 2005 e este ano, a expectativa é de que chegue a 50 milhões de desembarques domésticos, revelando um crescimento de mais de 50% neste movimento nos últimos quatro anos. "O impacto disso na infra-estrutura aeroportuária é muito grande", comentou Marcio Favilla.

No fórum, Marcio Favila disse ainda que em 2004, pela primeira vez, recebeu mais turistas europeus do que sul-americanos e esperam que este dado se repita em 2006. Mas ressalvou que, para que isso aconteça é crucial o investimento na infra-estrutura aeroportuária no Nordeste do país que hoje já acolhe muitos vôos comerciais e charters (fretados).

O secretário-executivo do ministério do Turismo disse também que dos 5,4 milhões de turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 2005, deixaram US$ 3,9 bilhões. "Em 2006, esperamos receber perto de seis milhões de turistas estrangeiros, sendo metade deles europeus, que vão deixar em nosso País US$ 4,5 bilhões, de acordo com dados do Banco Central considerando apenas as estatísticas oficiais, sem levar em conta o que os turistas trazem em seus bolsos e gastam sem que sejam feitas trocas pelo sistema oficial", afirmou.

Favilla comentou que é preciso que seja feito uma conexão entre os países da região sul-americana para que uns possam receber os turistas do outro, com apenas um pequeno acréscimo de custo para este estrangeiro. "Cuzco, no Peru, recebe de 450 a 500 mil turistas estrangeiros por ano que não vêm ao Brasil porque não tem conexão aérea com o nosso país. Quem sai da Europa para ir a Cuzco precisa de muito pouco estímulo para chegar à Amazônia", observou ele, ao falar da importância de uma política de turismo integrada entre os países da região.

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