Até que ponto vão evoluir as recorrentes diferenças diplomáticas entre Brasil e Argentina? Remontando tempos primevos da história de ambos os países, com origem reconhecida na rivalidade de Portugal e Espanha, descobridores dessa parte do mundo, os vizinhos vociferam um contra o outro, quer seja em público ou nos conciliábulos de Brasília e Buenos Aires.

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Essa bronca, para usar termo genuinamente portenho, que parece lembrar dois adolescentes que se engalfinham por dá cá aquela palha – Kirchner e Lula estão perfeitos no papel dos enfezados fedelhos -, como não poderia deixar de ser, ganhou as primeiras páginas dos jornais daqui e de lá, com a obrigatória repercussão nas folhas publicadas mundo afora.

Um espetáculo deprimente, não tivessem ambos os chefes de Estado, nos quais a sofrida população depositou toda a sua esperança, assuntos mais urgentes e oportunos a resolver.

Brasil e Argentina arcam com a gravidade dos efeitos corrosivos de programas econômicos falidos, sofrem as mazelas do desemprego e humilhantes sistemas de distribuição de renda, mas seus presidentes se comportam como soberbos predestinados aos quais nada impressiona.

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Pelé ou Maradona, Corinthians ou Boca Juniors, samba ou milonga, café ou chimarrão? A crueldade mental praticada contra os cidadãos, induzidos a opinar com base nessas opções de extremada indigência conceitual, é manobra diversionista que nem Brancaleone teria inventado.