Único clube de maior expressão a disputar a fase decisiva da Taça Guanabara, o Botafogo sagrou-se campeão neste domingo, depois de sete anos sem títulos. O torcedor alvinegro não coube em si de tanta felicidade. Com uma ótima atuação no segundo tempo, o time do técnico Carlos Roberto derrotou o América, por 3 a 1, em um jogo que reviveu os áureos tempos do futebol carioca.
Há 39 anos, as duas equipes disputaram o mesmo título, vencido pelo Botafogo por 3 a 2. Na ocasião, Carlos Roberto participou da final como um iniciante do time que seria bicampeão estadual. Neste domingo, ele conquistou o primeiro troféu como treinador do Alvinegro.
"É muito emocionante. O elenco está de parabéns", declarou Carlos Roberto, provando que ainda existe amor à camisa. "Me identifico muito com o Botafogo". O lateral-direito Ruy mostrou um espírito guerreiro. Mesmo machucado, esforçou-se até quando pôde. Saiu de campo chorando, com o troféu praticamente assegurado. "Senti muitas dores no tornozelo e estava mal fisicamente. Mas valeu a loucura".
Com a conquista, o Botafogo garantiu uma vaga na decisão do Estadual do Rio. Caso vença também o segundo turno, será campeão carioca. Para o América ficou a sensação do dever cumprido. O time honrou a tradição do clube e, agora, voltará suas atenções para a disputa da Taça Rio.
Foi uma tarde especial no Maracanã. De um lado, a torcida do América tremulando as pequenas bandeiras e entoando o coro de "Sangue". Do outro, a do Botafogo, em maior número, incentivando seus jogadores com bastante fôlego. Cenário adequado para uma grande decisão.
O América foi melhor no primeiro tempo. Marcou e atacou com mais eficiência. Logo aos 16 minutos, o meia Robert fez 1 a 0, na primeira finalização da partida. O goleiro Max falhou ao dar rebote num chute defensável. Além disso, a equipe rubra atuou lealmente, ao contrário do adversário, que cometeu várias faltas violentas.
O intervalo fez bem ao Botafogo. O time voltou a campo disposto a apagar a má impressão deixada na etapa inicial, o que conseguiu até com certa facilidade. Aos 13, o zagueiro Scheidt empatou de cabeça. O atacante Dodô fez 2 a 1, aos 21. O golpe de misericórdia veio aos 33, em um chute do meia Zé Roberto. A partir daí, ouviu-se apenas o coro de "é campeão".