Bolsas de Nova York caem após dados dos Estados Unidos

O mercado acionário norte-americano fechou em queda novamente nesta sexta-feira (3), com o declínio da taxa de desemprego em outubro nos EUA para o menor nível desde antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 esvaziando a tese de que a economia norte-americana caminha para uma freada brusca. Mas o dado indicando contração inesperada de 0,2 ponto porcentual da taxa de desemprego para 4,4% em outubro causou ruídos e preocupações em relação à inflação, provocando uma redução das expectativas quanto a um corte da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.

"A notícia ruim é que talvez o Fed não reduza a taxa de juros tão rapidamente quanto algumas pessoas esperavam. A boa notícia é que a economia parece mais forte", comentou o estrategista chefe de mercado da Stifel Nicolaus, Richard Cripps. "O mercado ficou na corda bamba entre essas duas escolas de pensamento", completou.

O número de vagas criadas em outubro subiu 92 mil em outubro, abaixo do prognóstico dos economistas de crescimento de 125 mil novos postos. Os dados de setembro e agosto foram revisados em alta. O Departamento do Trabalho informou que foram abertas 148 mil vagas em setembro e de 230 mil vagas em agosto. Anteriormente, o departamento havia calculado elevação de 51 mil no número de postos de trabalho criados em setembro e de 188 mil em agosto.

A alta do petróleo também pesou sobre o mercado acionário. O petróleo para dezembro subiu 2,18%, para US$ 59,14 por barril, na Nymex, ajudado também pela dissipação da percepção de que a economia norte-americana estaria à beira de uma degringolada. A alta do petróleo refletiu também ameaças de ataques na Nigéria e a uma refinaria da BP nos EUA, além da previsão de frio mais intenso nos próximos dias nos EUA.

O índice Dow Jones fechou em queda de 32,50 pontos (0,27%), em 11.986,04 pontos. A mínima foi em 11.965,3 pontos e a máxima em 12.061,5 pontos. O Nasdaq encerrou em baixa de 3,23 pontos (0 14%), em 2.330,79 pontos, com mínima em 2.316,82 pontos e máxima em 2.343,98 pontos. O Standard & Poor’s-500 caiu 3,04 pontos (0 22%), para 1.364,30 pontos. Os três índices acumularam uma queda de 0,9% na semana. O NYSE Composite recuou 5,81 pontos (0,07%), para 8.716,76 pontos.

"No geral, os números confirmam a percepção de que o Fed não vai fazer nada por um algum período", comentou o estrategista de renda fixa do Credit Suisse, Carl Lantz, de seu escritório em Nova York. "Mas ainda é cedo para falarmos de um aumento da taxa de juros", ressaltou.

Além dos dados de emprego, o índice de atividade fora do setor industrial, composto majoritariamente por serviços, do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) subiu para 57,1 em outubro, de 52,9 em setembro. O índice ficou acima da estimativa média dos economistas ouvidos pela Dow Jones de que subiria para 54,8.

O crescimento da atividade de serviços contrastou com a queda do índice de atividade industrial nacional dos gerentes de compras dos EUA, divulgada na quarta-feira. O índice, medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, ex-NAPM), caiu para 51,2 em outubro, de 52,9 em setembro, contrariando a expectativa de alta para 53,5. Foi o menor nível do indicador desde junho de 2003.

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