Bolsa-Família ´é um programa que vicia´, afirma CNBB

Para d. Pagotto, além da assistência financeira, o programa deveria oferecer cursos e atividades que favoreçam o ingresso dos beneficiados no mercado de trabalh.

O presidente da Comissão para Serviço de Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Aldo Pagotto, fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (17), e disse que o Bolsa-Família "é um programa que vicia". Ele afirma que não são exigidas contrapartidas das famílias. "São várias famílias que se contentam com o mínimo", completou.

Para Pagotto, é essencial que, além do programa de assistência, seja ofertado para famílias beneficiadas cursos e atividades que favoreçam o ingresso no mercado de trabalho. "É preciso que se dê para adolescentes oportunidades de estudo não só acadêmico, mas também profissionalizante.

Além de não garantir a independência das famílias, o programa tem um caráter individual, que também reforça a tendência de acomodação. "Não estamos vendo o povo se juntar, se organizar." O mesmo processo, afirma, ocorre também com assentamentos de sem-terra. "São verdadeiras favelizações rurais. Sem condições de crédito, sem auxílio técnico, o povo vai desistindo de plantar. Não é uma crítica cáustica. Mas esses programas tem de ser urgentemente otimizados.

Porém, o presidente da Caritas, D. Demétrio Valentini, saiu em defesa do programa de assistência. "O governo se sente autorizado pela votação que teve e aprimorar os programas sociais", afirmou.

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