Uma manifestação de entidades cívicas da cidade boliviana de Camiri bloqueou nesta segunda-feira (29) a rodovia que liga essa região à Argentina e ao Paraguai para exigir do governo de Evo Morales a "reestruturação" da empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Os manifestantes pedem ainda a expropriação das refinarias da Petrobras na Bolívia. O protesto que afeta a fronteira teve início à meia-noite desta segunda-feira e também bloqueia o trânsito entre Camiri e Santa Cruz, segundo informações da rádio local Erbol, reproduzidas pelos sites dos jornais argentinos.
Os líderes do Comitê Cívico de Camiri declararam uma "greve geral e indefinida". Com 294 quilômetros de distância de Santa Cruz, Camiri já foi conhecida como a capital petrolífera do país há algumas décadas. Pela região, passa uma rodovia que vai à Argentina e ao Paraguai, esta que está bloqueada. O movimento reivindica a reestruturação YPFB e a instalação nessa zona de uma gerência de Exploração dessa empresa, em cumprimento da Lei de Hidrocarbonetos aprovada em 2005.
Os manifestantes também pedem que os campos de gás e petróleo sejam tomados pelo Estado, para completar uma "verdadeira nacionalização", e que as duas refinarias da Petrobras, nacionalizadas no ano passado, sejam expropriadas. O protesto ocorre faltando poucos dias para a entrada em vigor dos novos contratos com as petrolíferas estrangeiras, assinados em virtude da nacionalização decretada por Morales, em 2006.