O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, interpretou como um reconhecimento de contrato as declarações do ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, de que o Brasil não pode ter auto-suficiência do gás natural porque tem um contrato de fornecimento de gás com Bolívia de 30 milhões de metros cúbicos diários até 2019. Durante sua palestra no fórum "Brasil auto-suficiência em petróleo", Gabrielli ressaltou a auto-suficiência em petróleo do Brasil e lembrou que hoje metade do gás consumido pelo País vem da Bolívia
"Como diz o ministro Soliz no jornal O Estado de S. Paulo, hoje temos um contrato que vence em 2019 e queremos continuar contando com esse fornecimento". O reconhecimento do acordo, segundo Gabrielli, já tinha sido feito no dia 10 de maio, no memorando de entendimento assinado pelos dois governos, como resultado da reunião de cúpula realizada em La Paz, que deu origem à criação de três grupos técnicos de negociação
O presidente da Petrobras disse ter estranhado a afirmação de Soliz de que a Bolívia tem interesse em retomar as negociações. "Elas nunca foram interrompidas. Todas as quintas-feiras o grupo técnico tem se reunido para discutir os temas acertados na reunião de cúpula". Na ocasião foi acertado que seriam discutidos o reajuste extraordinário para o preço gás natural, a indenização a ser paga à Petrobras em razão da nacionalização dos seus ativos e o período de transição previsto em 180 dias pelo decreto supremo do presidente Evo Morales