O ministro de Hidrocarburetos da Bolívia, Andres Soliz Rada, anunciou hoje que o país deve assinar, nos próximos dias, um contrato com a Venezuela para "deixar de vender gás ao Brasil com todos os seus componentes". As informações são da agência oficial de comunicação do governo, a Agencia Boliviana de Información (ABI).

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O contrato prevê a instalação de infra-estrutura em Río Grande, Santa Cruz, para separar os componentes metano, propano e metano do gás natural. A planta separadora, como é chamada, "permitirá que a Bolívia deixe de vender gás ao Brasil com todos seus componentes, tal como vem fazendo há muitos anos", explica a ABI.

Segundo a agência, o objetivo do governo boliviano é industrializar o recurso natural no próprio país. Com isso, agrega valor e pode vender por um preço mais alto. A abertura de indústrias no país também pode ajudar a criar novos postos de trabalho e a aumentar a arrecadação do Estado.

Rada disse ainda que existem projetos de curto prazo para colocar a idéia em prática, informou ABI. A Bolívia também quer substituir o consumo de gasolina, diesel e petróleo pelo uso do gás natural. "Queremos suprimir a exorbitante subvenção que estamos pagando pelo diesel", disse o ministro em entrevista coletiva.

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De acordo com a ABI, Rada ressaltou, no discurso, que garantirá a provisão dos atuais volumes de gás natural ao Brasil e à Argentina. E adiantou que existem projetos para a instalação de uma termelétrica no país para "vender energia a ambos países".