A Bolívia quer chegar a um preço de US$ 7,50 por milhão de BTUs (Unidade Térmica Britânica) para o gás que envia ao Brasil, informou hoje o ministro de Hidrocarbonetos daquele país, Andrés Soliz Rada. Esse valor indica uma alta de 87,50% em relação ao novo preço do gás que vai vigorar a partir de 1º de julho. "Queremos um preço de mercado", disse após uma cerimônia em Hurlingham, na Argentina, onde os presidentes boliviano, Evo Morales, e argentino, Nestor Kirchner, assinaram um novo acordo de gás.
"O preço de mercado é o preço pago dentro do Brasil", disse Soliz, referindo-se à cotação interna da commodity, que é baseada numa cesta de combustíveis. "Esse preço é de US$ 7,50 e é ele que queremos.
De acordo com os termos do contrato atual, os pagamentos efetuados pelo Brasil deverão subir 10% em 1º de julho, para US$ 4,00 por milhão de BTUs, como parte de uma revisão trimestral padrão.
Encontro com Lula
Durante o encontro, Evo Morales disse que quer ter uma reunião com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para negociar o preço do gás que a Bolívia vende ao País. "Quero dizer ao companheiro Lula, e talvez um encontro seria importante para dar abertura ao dialogo. Temos que discutir sobre investimentos, sobre o preço do gás", disse ele.
O presidente boliviano disse que tem ouvido pelos meios de comunicação que a Petrobras está disposta a aceitar o aumento do gás, "e isso é uma abertura". Morales destacou respeitar "muitíssimo a sensibilidade" do presidente Lula, mas é importante também os trabalhos técnicos para se chegar a um acordo. Com informações da Dow Jones.
Acordo
Como estava previsto, a Argentina e a Bolívia assinaram hoje o acordo sobre o aumento do preço do gás que os argentinos comprarão da Bolívia a partir do dia 15 de julho. O aumento é de 56,25%, passando de US$ 3,20 para US$ 5 o milhão de BTU. O volume também será maior, passando de 7,7 milhões de metros cúbicos diários para 27 milhões.