Bolívia estima que Brasil pagará US$ 100 milhões a mais por gás

Brasília – O gás natural boliviano vai ficar mais caro para a Petrobras. Um aditivo ao contrato da estatal brasileira com a Bolívia prevê um valor maior pelos gases nobres que fazem parte da composição vendida ao Brasil. O acordo foi anunciado nesta quinta-feira (15) pelos governos dos dois países, que fizeram previsões diferentes quanto ao percentual de aumento.

O ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, estima que seu país receberá cerca de US$ 100 milhões a mais por ano, um aumento de cerca de 8% em relação ao que o Brasil importou no ano passado: US$ 1,260 bilhão. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, disse prever reajuste de 3% a 4% – no máximo, US$ 50 milhões.

Rondeau explicou que a Petrobras não faz a separação desses gases atualmente e terá de fazer investimentos para criar uma planta que permita realizar esse procedimento.

?A Petrobras reconhece que [agora] vai pagar um preço justo no mercado internacional pela parte nobre do gás e acha que pode recuperar isso economicamente através de um processo industrial que conhece muito bem?, disse o ministro.

Ele também garantiu que não haverá nenhum aumento de gás para o consumidor. ?Não haverá impacto". De acordo com o ministro, o aditivo ficará pronto entre os dias 15 e 31 de março.

A Petrobras indicou que contratos futuros com outras empresas poderão ter um valor maior no preço do gás. Ontem, os governos brasileiro e boliviano já decidiram que o gás vendido para Cuiabá será reajustado.

O acordo atende a uma reivindicação que o presidente da Bolívia, Evo Morales, tem feito desde que foi eleito. Ontem e hoje, ele esteve em Brasília para discutir este e outros temas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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