Brasília ? Em uma reunião hoje (4) em Puerto Yguazu, cidade argentina da Tríplice Fronteira, os governo de Argentina, Brasil e Venezuela formalizaram a entrada da Bolívia no projeto de um gasoduto que vai cortar a América do Sul. O anúncio foi feito por Néstor Kirchner, presidente argentino, em entrevista coletiva após o encontro.

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"Eu colocaria esse projeto acima de qualquer grande dificuldade", defendeu Hugo Chávez, presidente venezuelano. "Garante gás a todos os países que estão relacionados ao projeto e ainda mais, o Gasoduto do Sul garante energia limpa e barata a todos países da América do Sul". O projeto, que terá seu traçado definitivo divulgado na metade do ano, irá sair das reservas de gás venezuelanas e seguirá até a Argentina. No caminho, deve cruzar Brasil e Bolívia.

Perguntados por jornalistas a respeito das discussões sobre a nacionalização das reservas de gás na Bolívia, os quatro presidentes negaram que haja conflito entre eles. Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que consolidação democrática do continente tem ajudado na superação de conflitos.

"Durante muito tempo o continente esteve dependente da sua relação com os Estados Unidos e com a União Européia, agora nós resolvemos dizer que já viramos adultos, que temos dirigentes comprometidos com o nosso povos, com políticas sociais e queremos estabelecer uma política de integração independentemente das relações que já temos com outros continentes e países".

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, destacou que essa, se não foi a melhor, foi uma das melhores reuniões entre os quatro países. "Foi uma reunião sincera e franca da qual saem coisas muito positivas". De acordo com ele, a decisão da Bolívia de nacionalizar os hidrocarbonetos acelerou o processo de incorporação do país ao projeto de criação do Gasoduto do Sul.