O novo negociador dos contratos de gás e ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou ontem que as companhias de petróleo terão até o início de outubro para renegociar as bases contratuais para continuar a operar no país. A informação é da agência de notícias do governo.
O prazo definido pelo ministro não é superior a três semanas, apesar da complexidade do tema e dos longos períodos de interrupção do processo negocial. Pelo decreto de nacionalização de 1º de maio, que definiu 180 dias para migração a novos contratos, o prazo limite é 27 de outubro.
Ele prometeu cumprir o cronograma definido pelo antecessor, o polêmico Andrés Solíz Rada. "Haverá continuidade no processo de nacionalização, mas primeiro devemos estabelecer acordos sobre os novos contratos. Para isso, se respeitará o cronograma das rodadas de negociação com as petroleiras até o dia 9 de outubro" afirmou Villegas.
O tempo do governo boliviano não parece ser o mesmo tempo do governo brasileiro ou da Petrobras. No dia em que o governo brasileiro pretende retomar a negociação, a Bolívia pretende encerrá-la.
Quando suspendeu a visita a La Paz, prevista para a última sexta-feira, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que chefiaria a missão, prorrogou o encontro para o dia 9 de outubro. A reunião cancelada serviria para retomar as negociações, até então paralisadas.
Neste intervalo, a Petrobras apresentará alegações para tentar junto ao governo a suspensão definitiva da resolução ministerial 207/2006, assinada por Rada e que na prática confisca as duas refinarias da Petrobras no país e praticamente expulsa a companhia.