O governo boliviano acusou ontem a Petrobras e a Repsol-YPF de suposta fraude em medidores ocorrida nos dois maiores campos de gás controlados pelas duas petroleiras. O problema teria ocorrido nos campos de San Alberto e Margarita. Representantes das auditorias também criticaram o pouco apoio às equipes contratadas pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para fazer uma investigação em todas as petroleiras
O Ministério dos Hidrocarbonetos e a YPFB avaliam que as auditorias serão responsáveis por abrir as "caixas-pretas" das petroleiras estrangeiras. A acusação de fraude sobre as companhias de gás e petróleo foi feita depois que as equipes de auditoria iniciaram as vistorias das unidades de produção no Departamento de Tarija, onde se concentram os principais postos de produção. "Os 13 medidores não estavam trabalhando, não se pode lê-los, têm anormalidades, mas já conhecidas pela YPFB. Vamos mandar um comunicado e há um prazo para reparar isso", disse um dos engenheiros que faz parte da equipe de auditoria, Wilbor David Morales
Procurada, a Petrobras não se pronunciou sobre as declarações reproduzidas no site da Agência Boliviana de Informação (ABI), órgão de comunicação do governo Evo Morales. "O processo de auditoria é encarado com preocupação pela Petrobras", disse um interlocutor que acompanha de perto as negociações. "Ninguém sabe o que pode sair destas auditorias, principalmente se estas serão feitas com imparcialidade", observou
A auditoria contratada pelo governo boliviano tem como meta avaliar os investimentos das petroleiras e conhecer a situação dos campos e dos ativos nacionalizados por Evo Morales em 1º de maio. As negociações entre a Petrobras e a YPFB, sobre as compensações pelos investimentos da estatal brasileira, dependerão deste trabalho
