A soma de todas riquezas produzidas no país ao longo deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB), não deve ultrapassar 2,66%, de acordo com a expectativa de uma centena de analistas de mercado e instituições financeiras consultados pelo Banco Central, na última sexta-feira, para "sentir" as tendências dos principais indicadores da economia.

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As previsões quanto ao crescimento do PIB vinham caindo, lenta e gradativamente, há cinco semanas e, segundo o boletim Focus da semana passada, a perspectiva fechava em 3% no ano. Diante da constatação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de queda de 1,2% no PIB do terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, a redução na previsão de agora foi mais forte.

Isso é resultado, também, de queda nas previsões de crescimento da produção industrial há seis semanas, e que caiu mais um pouco: de 3,56% para 3,51%. Apesar disso, os economistas da iniciativa privada mantêm a projeção de 3,50% para o crescimento do PIB de 2006, e sustentam que a relação entre dívida líquida do setor público e PIB encerrará este ano em 51,60%, com possibilidade de cair para 50,75% no ano que vem.

O boletim Focus informa que aumentou a projeção de saldo da balança comercial (exportações menos importações) deste ano de US$ 42,76 bilhões para US$ 43 bilhões, e elevou de US$ 35,40 bilhões para US$ 35,66 bilhões a previsão para 2006. O movimento favorece também a expectativa de saldo de conta corrente (todas as transações comerciais e financeiras do país com o exterior), que aumentou de US$ 13,45 bilhões para US$ 14 bilhões neste ano (US$ 6,50 bilhões no ano que vem).

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A pesquisa do BC manteve a perspectiva de US$ 16 bilhões para o total de investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo este ano, mas deve cair para US$ 15,45 bilhões em 2006, de acordo com um "cenário de mercado" que prevê estabilidade cambial, com o dólar valendo R$ 2,25 no final deste ano e R$ 2,45 no encerramento de 2006.

Não há alteração, também, nas expectativas sobre taxa básica de juros (Selic), hoje de 18,50% ao ano, e que deve ceder para 18% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, nos próximos dias 13 e 14, conforme previsão dos analistas de mercado e de instituições financeiras. Eles acreditam que a taxa de juros deve ceder para 15,50% ao longo de 2006.

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