O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua política monetária nesta quinta-feira, deixando de lado os pedidos do mercado por mais estímulos.
O banco central japonês manteve sua meta de compra de ativos em 80 trilhões de ienes (US$ 718 bilhões) por ano, uma medida destinada a colocar mais dinheiro em circulação para estimular o crescimento e a inflação. A decisão foi apoiada por 8 dos 9 dirigentes da instituição.
O BoJ também deixou inalterada a taxa de depósito em -0,1%, cobrada em alguns depósitos detidos pelos bancos comerciais, decisão que teve 7 votos a 2. As taxas abaixo de zero entraram em vigor em fevereiro como parte de esforços acrescidos por Tóquio para estimular a atividade econômica por meio da redução dos custos de empréstimos. Os dissidentes votaram para que a instituição retornasse à taxa ao anterior de +0,1%.
O BC japonês disse ainda que pode tomar medidas adicionais de relaxamento se julgar necessário, tanto qualitativos quanto quantitativos, além de alterações nas taxas de juros.
A postura cautelosa do banco central vem apesar de uma maior deterioração no cenário econômico do Japão desde a reunião de política anterior, realizada em meados de março. A economia do país, a terceira maior do mundo, corre o risco de encolher no atual trimestre por causa dos fortes terremotos que atingiram áreas do sul do país no início deste mês. Para reverter esses danos, o BoJ abriu um novo programa de empréstimos no valor de 300 bilhões de ienes para ajudar bancos regionais da ilha de Kyushu, epicentro dos recentes terremotos.
Os últimos dados de inflação, divulgados na noite de quarta-feira (de Brasília), mostraram que os preços ao consumidor, incluindo os preços da energia, caíram 0,3% em março ante igual mês de 2015. As expectativas de inflação entre as famílias também estão no nível mais fraco em três anos, enquanto o crescimento dos salários abrandaram à medida que a desaceleração global torna as empresas mais cautelosas.
Em uma nova previsão trimestral, o BoJ essencialmente adiou a data para alcançar sua meta de inflação de 2% por um ano e meio. Agora, o banco central japonês espera atingi-la no ano fiscal entre abril de 2017 e março de 2018, o quarto adiamento consecutivo.
A instituição prevê ainda que o núcleo do índice de preços ao consumidor seja menor neste ano fiscal. A previsão anterior era de um avanço de 0,8% e agora se estima um avanço de 0,5%. Fonte: Dow Jones Newswires.