Boicote de postos pode deixar Buenos Aires sem combustíveis

A cidade de Buenos Aires corre o risco de ficar sem combustíveis por causa de um boicote que os donos dos postos de serviços decidiram fazer na próxima quinta e sexta-feira. A Federação dos Vendedores de Combustível (Fecra) quer protestar contra a falta de uma resposta do governo para recompor a rentabilidade do setor.

"Atravessamos a pior crise da história de nossa atividade com o fechamento de milhares de postos de gasolina em todo o país", afirma o presidente da entidade, Rosario Sica. Os números da entidade dizem que nos últimos três anos, dois mil postos foram à falência e outros 1.500 encontram-se em sérias dificuldades.

Segundo ele, "nem o governo nem as empresas petrolíferas se interessam em resolver o nosso problema e de nos ajudar a recuperar a rentabilidade que perdemos com o congelamento das tarifas", desde 2002.

Sica avalia que na cadeia de combustíveis, "só quem está ganhando é o exportador porque seu preço subiu até 200%, mas o nosso do mercado interno, não". Para complicar a situação, os frentistas reivindicam um aumento salarial de 19%. "As reivindicações são justas, mas são impossíveis de serem atendidas nas atuais condições", justifica.

Para driblar a baixa rentabilidade, no interior do país, a Confederação de Entidades de Comércio de Hidrocarbonetos (Cecha) autoridade dos empresários desse setor, começou a aplicar aumentos de até 10% nos produtos. A alta entre 0,50 e 0,20 centavos de peso por litro está disfarçada como um serviço adicional.

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