“A Igreja brasileira não despertou para a importância do que está acontecendo na Venezuela”, avalia o escritor Leonardo Boff, um dos criadores da Teologia da Libertação. Ele deve participar ainda hoje de um encontro que diversos intelectuais e ativistas brasileiros mantêm com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em agenda paralela à 18ª reunião do Grupo do Rio.
Boff, que conversou com a Agência Brasil pouco antes do encontro, diz que o governo Chávez busca contato com a Igreja Católica brasileira, interessado “em que se crie um elo entre as igrejas daqui e de lá”. O atual governo venezuelano passou recentemente por um referendo e já sofreu uma tentativa de golpe em 2002. A dificuldade de diálogo do governo com setores da sociedade como sindicatos e a igreja é apontada como uma das raízes dessas dificuldades políticas.
“O episcopado venezuelano é muito conservador e ampara seu poder numa ampla rede de escolas primárias particulares pelo país, que servem à elite. De mais progressista, há apenas o Centro Gumilla, uma instituição jesuíta em Caracas que é muito boa, mas está isolada”, explica Boff.
Para criar o diálogo entre os católicos dos dois países, Boff aposta em uma integração “a partir da base para chegar à cúpula”. “Não sei ainda como vamos ajudar, mas penso que teria de ser pelas comunidades de base”, avalia.
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